sábado, 10 de dezembro de 2011

Pour le Plaisir du Roi



Para o acto de inauguração da exposição Das Partes do Sião, agora patente na Biblioteca Nacional, foi servida uma refeição tailandesa. Os oito empregados tailandeses, sabendo ser Dom Duarte de Bragança o Chefe da Casa Real e Herdeiro ao Trono de Portugal, ficaram entusiasmadíssimos e deram mostras da maior exultação, servindo-o com todas as provas da etiqueta siamesa. Como manda a educação, falaram-lhe sempre com as mãos juntas, à maneira de prece, tal como o fariam com o seu Rei. Que falta nos faz uma Monarquia neste tempo de trevas!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Homenagem a El-Rei Dom Luís, Rei Marinheiro que aboliu a escravatura


O Rei Dom Luís foi ontem homenageado na Sociedade de Geografia pelos 150 anos passados desde a ascensão ao trono. Não foi inocente a escolha do local, já que foi ele o fundador e primeiro protector daquela instituição. Forma de ‘fazer uma vénia’ a um Homem que foi Chefe de Estado de 11 de Novembro de 1861 a 19 de Outubro de 1889, data da sua morte, em Cascais.
Luís Aires Barros, presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa, fez breve introdução, falou dos grandes feitos do Rei Dom Luís, do Homem culto que foi e da grande transformação que Portugal conheceu durante o reinado.
Dom Luís reinou durante 25 anos e na Sociedade de Geografia ficou a defesa da ideia de que não era Rei sem poder e influência, como muitas vezes se faz crer.
De Berlim a Londres
Rapidamente se escutaram alguns exemplos: foi por esses anos que se aboliu a pena de morte em Portugal, que se pôs fim à escravatura, que foi feito o primeiro recenseamento da população ou se fundou a Caixa Geral de Depósitos. E como não poderia deixar de ser, com o devido destaque nas palavras do professor Luís Aires, fundou ainda da Sociedade de Geografia, à imagem do que se fazia em Paris, Berlim ou Londres, numa época em que a Europa se virou para África e começou a estudar terras até então praticamente desconhecidas e ignoradas.
Marinha honrada
Chegara então o momento de discursar o almirante Vieira Matias. Porque se associou a Marinha a esta homenagem? Explicação simples, dada de imediato.
«A Marinha sente-se honrada por ter tido um marinheiro que foi Rei e que, sendo Rei... não deixou de ser marinheiro», afirmou o almirante, sublinhando os contributos para Portugal de um Homem de cultura e que teve contributo decisivo para o grande crescimento da marinha de guerra.
Dom Duarte e a influência
E não poderia deixar de estar presente Dom Duarte Pio, rosto da Monarquia nos dias de hoje.
«Teve educação esmerada, com muita influência alemã. Foi essa educação que o preparou para ser um excelente Chefe de Estado, como na realidade foi. Nessa fase da Monarquia o Rei não governava, é verdade, mas Dom Luís teve uma influência enorme no desenvolvimento do País», disse.
Crescimento económico
O senhor que se seguiu, o historiador Rui Matos, concorda com a ideia de uma magistratura de influência activa, apesar de reconhecer que é um período da história portuguesa que não está tão estudado como seria desejável.
«Dom Luís foi o segundo filho da Dona Maria II e não estava destinado a ser Rei, mas a verdade é que foi o reinado constitucional em Portugal mais longo da história... 28 anos. É inegável que não deixou memórias tão fortes como o antecessor, o irmão Dom Pedro V, nem mesmo que o sucessor, o filho Dom Carlos. Mas é injusta a tese que defende que a Monarquia se prolongava unicamente porque o Rei não mandava. É evidente que não era um homem incapaz ou ausente, talvez o que se passe é que tenha sido incompreendido na época em que viveu. Durante o Governo de Fontes Pereira de Melo tivemos uma das três épocas de maior crescimento económico em Portugal e o seu papel foi muito activo.»
Assinalados ficaram os 150 anos da subida ao trono do rei que ganhou o cognome de ‘O Popular’, diz-se que por ser apreciado pelo povo. Homem de cultura e, como tal, nem faltou uma actuação notável do Quinteto Clássico da Banda da Armada.
Por Luís Filipe Simões, 28 de Novemvro de 2011



S.A.R., Dom Duarte Pio destacou a personalidade de Dom Luís, cuja imagem se vê ao fundo (Foto António Azevedo/ASF)

Quinteto Clássico da Banda da Marinha teve actuação fantástica (Foto António Azevedo/ASF)

Sala bem composta num dia especial no Salão Nobre da Sociedade de Geografia (Foto António Azevedo/ASF)

S.A.R., Dom Duarte, Luís Aires Barros e Vieira Matias foram os oradores (Foto António Azevedo/ASF)

Muitos marinheiros na sala para conhecerem as obras do... Rei marinheiro (Foto António Azevedo/ASF)





terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Novena e Solenidade da Imaculada Conceição

No Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, pelas 21h, de 29 de Novembro a 7 de Dezembro, acontece a Novena de Preparação para a Solenidade da Imaculada Conceição, com terço e pregação.
No Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, pelas 21h, de 29 de Novembro a 7 de Dezembro, acontece a Novena de Preparação para a Solenidade da Imaculada Conceição, com terço e pregação.
No dia 6 de Dezembro, pelas 14h30, encontro das crianças de Vila Viçosa com Nossa Senhora.
No dia 7 de Dezembro pelas 18h, Terço, Eucaristia e acolhimento aos Peregrinos. Às 21h, encerramento da Novena com Procissão de Velas à volta das muralhas do Castelo e vigília.
No dia 8, pelas 9h30, acolhimento aos Peregrinos e recitação do Terço, a cargo das Confrarias de Nossa Senhora.
Às 11h, Eucaristia da Solenidade da Imaculada Conceição. No final da Eucaristia haverá tomada de posse dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Às 14h30Terço solenizado a cargo da Ordem do Carmo, seguido de Procissão em honra de Nossa Senhora da Conceição pelas ruas de Vila Viçosa com a presença de representantes de Paróquias, Movimentos, Associações, Romeiros a cavalo, Irmandades e Confrarias e as Ordens de Santa Isabel e de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa com os Duques de Bragança.
Às 17h, Eucaristia da tarde, no final da qual haverá um acto de investidura de novos cavaleiros da Ordem de Nossa Senhora da Conceição e acto de Consagração.
A festa da Imaculada Conceição, comemorada a 8 de Dezembro foi definida como uma festa universal em 1476 pelo Papa Sisto IV. A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX na sua Bula Ineffabilis Deus em 8 de Dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia, bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão. Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho
04 de Dezembro de 2011

Arq. Gonçalo Ribeiro Telles "Em Nome da Terra"

D. Duarte - entrevistado por uma estudante

D. Duarte - entrevista Conferência Poder Local

D. Duarte - Poder Local

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mirandela, Duque de Bragança defendeu nova forma de governa

Entrevista de S.A.R., o Senhor Dom Duarte à imprensa estrangeira

«Viajo en turista y guardo los coches mucho tiempo… tengo uno de hace 15 años»Don Duarte de Braganza, Jefe de la Casa Real de Portugal, asegura estar preparado para la misión que le pidan los portugueses, ya sea como Rey o para cualquier otra función
Cercano, divertido, estilo clásico y cuidado bigote. Don Duarte de Braganza resulta una persona entrañable. El Jefe de la Casa Real portuguesa es consciente de la difícil situación que atraviesa su país.
—¿Se puede hablar de un renacer monárquico en Portugal?
—Según los sondeos, un 29 por cien de los portugueses cree que sería mejor tener un Rey que un presidente de la República. Existen cerca de diez mil monárquicos militantes.
—¿En Portugal les respetan?
—Sí, somos siempre muy bien recibidos. No es tanto una conciencia política sino histórica. Nuestra familia forma parte del patrimonio histórico portugués. Cuanto más se pone en duda la independencia del país por las cuestiones europeas y los problemas económicos, las personas tienen más necesidad de sentir raíces para que muestren que Portugal existe.
—¿La Casa Real portuguesa también está realizando recortes?
—Nosotros tuvimos siempre una posición muy austera. Aunque se tenga dinero no se debe usarlo mal, Dios nos da las riquezas para poder ser útiles. Gastamos lo necesario en lo que se refiere a la representación pero nunca desperdiciamos dinero. Viajamos en clase turista, guardo los coches mucho tiempo… tengo uno de hace 15 años.
—¿Qué mensaje quiere transmitir a los portugueses?
—La necesidad de cambiar de modelo de comportamiento, tanto a nivel individual como de Estado. Podemos vivir con menos y no necesariamente estar peor.
—¿Cómo es la vida del heredero al trono de Portugal?
—Primero tengo mis obligaciones como padre, que son las más importantes de todas. Llevar a mis hijos al colegio y acompañarlos en los estudios. Tengo el trabajo en la Fundación Don Manuel II y colaboro mucho con el crédito agrícola cooperativo. Donde siento una gran falta es en el trabajo de cooperación con España. Hay un gran desconocimiento recíproco. La visión de Portugal en España es superficial, de ideas ya hechas y poco realista.
—¿De qué vive la Familia Real?
—Tengo una propiedad familiar en Brasil y tengo unas casas en Lisboa, aunque la mayoría con rentas antiguas y con inquilinas de cien años que pagan 20 euros al mes. Mi mujer ha conseguido rentabilizar algunos edificios que se van quedando vacíos. Doy asesoría a empresas portuguesas para entrar en Oriente y el mundo árabe. Nunca me preocupé por el aspecto económico de mi vida y felizmente mi mujer, que es economista, administra mejor que yo nuestros bienes.
—¿Cómo es la relación con su primogénito?
—Es distinta a la que tengo con los otros por tratarse de personalidades diferentes pero con los tres es igual de próxima, nos llevamos muy bien. A veces me resulta más difícil la relación con mi hija María Francisca porque en ocasiones a las niñas les falta el espíritu lógico pero con mis hijos siempre discutí todo. —¿Entienden cuál es su papel?
—Alfonso se preocupa por saber si podrá desempeñar mi papel. Yo le digo que lo que necesita es una buena preparación espiritual, intelectual y salud para poder cumplir su misión. Al mismo tiempo deber ser feliz personal y profesionalmente. Le encanta la biología marítima y es el segundo año que está estudiando en Inglaterra.
—¿Hablan mucho de cómo será la sucesión?
—No, porque yo creo que da mala suerte.
—¿Mantiene la esperanza de un día ser Rey?
—Estoy a disposición de mi país; cuando los portugueses me llamen estaré listo para dar mi contribución ya sea como Rey o para otras funciones.
—Aprendió español leyendo el ABC.
—Sí, y me hacía mucha gracia que no tuviese fotografías, sino dibujos. —¿Y sus hijos?
—Es gracioso porque ellos hablan mejor el catalán. Pasan todos los años varios días esquiando en Andorra, donde tenemos muchos amigos.
—Su mujer, Isabel, ¿se ha adaptado bien a la vida de un heredero?
—Ella pasó su juventud en Brasil, lo que le ha dado una gran apertura de espíritu, alegría, y mucha flexibilidad en las relaciones humanas. Es mucho más simpática y calurosa que yo. Ella se preocupa mucho con todos.
—¿En España debería cambiar la ley de sucesión al trono como ha ocurrido en Inglaterra?
—Las Monarquías siempre fueron símbolos de su época. Actualmente, el papel de los Reyes es ser el árbitro del país y de las instituciones democráticas, además de ser un símbolo de Estado. El Príncipe Felipe ya está preparado y es el Heredero, no tiene sentido cambiar. Pero me parece muy bien que la Infanta Leonor venga a sucederle en un futuro, aunque tenga después un hermano.
—¿Cuál cree que es la imagen que se tiene en Europa de la Casa Real portuguesa?
—Depende de los países. En Europa, en general somos poco conocidos.
—¿Le tratan bien?
—Sin duda. Recuerdo una vez en España cuando cometí una infracción vial y la policía me mandó parar. Al darle mis papeles, me dijo: «El señor es primo de nuestro Rey, puede irse, aunque repita lo que ha hecho».
ABC.es04 de Dezembro de 2011

Sobre a homenagem de amanhã, pelo Centro Nacional de Cultura, ao Gonçalo Ribeiro Telles

O Gonçalo Ribeiro Telles é o homem que conheço com maior capacidade de luta pelos seus ideais e de coerência no discurso político. Foi o primeiro dos ecologistas em Portugal e é o primeiro entre os ecologistas em Portugal. Professor na verdadeira acepção da palavra e um servidor público de primeira linha. Irreverente, combativo e lutador, desde o primeiro dia, contra a destruição da identidade e património natural e cultural de Portugal.
 Realista e democrata, fundou e presidiu ao Partido Popular Monárquico, a única instituição monárquica que na história da república portuguesa lhe fez verdadeiramente frente – juntamente com nomes enormes da nossa história recente, como Henrique Barrilaro Ruas, Augusto Ferreira do Amaral, João Camossa e Luís Filipe Coimbra. No PPM foi deputado pela Aliança Democrática, onde também foi Ministro da Qualidade de Vida.
 Lisboeta e apaixonado por Lisboa, nessas duas qualidades, fundou o Movimento Alfacinha em 1984, tendo sido candidato à presidência da Câmara Municipal e eleito vereador. Tempos mais tarde fundou também o MPT – Partido da Terra, do qual é presidente honorário desde 2007, por obra e reposição da verdade do Pedro Quartin Graça.
 Actualmente, é a consciência crítica e lucida da praxis política portuguesa e dirigente do Instituto da Democracia Portuguesa.
 Um dia, num jantar em casa de um amigo em comum, disse-me: “João, sabes porque é que nunca restauramos a monarquia em Portugal?”, encolhi os ombros e perguntei: “porquê Arquitecto?”. Ele riu-se e do alto dos seu oitenta e muitos anos respondeu: “quando estava no PPM nunca tive tempo de tomar um café com cada português”. Dou-lhe inteira razão.
 Esta homenagem é mais do que merecida, mas mesmo assim nunca Portugal conseguirá dar ao Gonçalo aquilo que ele já deu a Portugal.

Dom Duarte: "29% dos portugueses preferem Rei a Presidente

Herdeiro do Trono Português afirma em entrevista a diário espanhol.
“As sondagens revelam que 29 por cento dos portugueses acreditam que seria melhor ter um Rei em vez do Presidente da República”. Quem o diz é Dom Duarte de Bragança, Herdeiro do Trono de Portugal, ao jornal espanhol ‘ABC’, acrescentando que existem “cerca de mil monárquicos militantes”.
De acordo com o chefe da Casa Real Portuguesa, a população sente maior necessidade de “sentir as suas raízes, de forma a mostrar que Portugal continua a existir”, numa altura em que se levantam vários problemas económicos que colocam em causa a liberdade do País.
Preocupado com a crise actual, D. Duarte admite que a sua família “não desperdiça dinheiro”.
“Vivemos tempos austeros. Ainda que tenhamos dinheiro, não o devemos usar de forma errada. Gastamos apenas o necessário. Viajamos em classe turística e mantemos os mesmos carros durante muito tempo… tenho um deles há 15 anos”, afirmou o monárquico durante a entrevista.
Dom Duarte aproveitou para deixar uma mensagem aos portugueses, para que alterem os seus comportamentos.
"É necessário mudar o modelo comportamental, tanto a nível individual com do Estado. Podemos viver com menos e não necessariamente pior”, salienta.
Correio da Manhã -  04 de Dezembro de 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

S.A.R., o Duque de Bragança estará presente na homenagem ao arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles na Fundação Calouste Gulbenkan

Organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e o Centro Nacional de Cultura, realiza-se no próximo dia 6 de Dezembro uma sessão de Homenagem e Reflexão dedicada ao Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, com início às 09:30.
S.A R., O Senhor Dom Duarte estará presente nesta homenagem a Ribeiro Telles pelas 17:10 na Fundação Calouste Gulbenkian onde prestará o seu depoimento a este grande Senhor.
Gonçalo Ribeiro Telles é Monárquico convicto, fundador do PPM, foi ministro de Estado e da Qualidade de vida, tendo então criado as zonas protegidas da Reserva Agrícola Nacional, da Reserva Ecológica Nacional e lançado as bases do Plano Director Municipal.
Quem quiser apreciar a sua obra, e perceber o seu génio criativo, passe uma destas tardes pelo Jardim Gulbenkian.
Gonçalo Ribeiro Telles, é uma figura pela qual tenho muita admiração, e um dos poucos políticos dos quais nos podemos orgulhar em Portugal. Espero que o tenhamos por muitos anos entre nós.





Entrevista de S.A.R., o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte ao Jornal Expresso


"O Dia de Portugal devia ser celebrado a 1 de Dezembro"
Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, é o rosto e a voz dos monárquicos portugueses. Aceitou dar uma entrevista quando o risco de acabar o feriado do Dia da Restauração se tornou bem real. Era o palco principal das celebrações dos adeptos da Monarquia que, assume. Já "são 30% da população". Dom Duarte discorda. Para ele o perigo continua a vir de Espanha.
Choca-o o fim deste feriado? - Acho que se podia juntar o feriado de 10 de Junho ou o 1 de Dezembro, porque o dia de Portugal foi escolhido um pouco arbitrariamente. Foi o Camões, como poderia ser o Nuno Álvares... Celebrando o Dia de Portugal a 1 de Dezembro - um feriado criado na 1ª república - celebrava-se a Independência. Porque a mensagem que se passa ao não se celebrar a Independência é a de que o assunto não tem importância. Se quiserem entregar-nos a Espanha, porque não?
Há risco dessa interpretação? - Claro que sim. Faz parte de uma campanha que dura há muito de que Portugal não tem viabilidade e que mais vale sermos espanhóis.
Sabe a origem da campanha? - Há interesses económicos de empresários que vêm vantagens nessa associação. Há interesses ideológicos, que vêm desde os revolucionários de 1910. Há uma corrente iberista que vai passando a sua mensagem. As pessoas tentadas por estas ideias deveriam visitar a Catalunha, o país Basco, a Galiza e ver como é bom ser dominado pelos castelhanos!
Uma coisa é a nossa colaboração - e eu gosto imenso de Espanha e da Família Real - mas temos de tratar os espanhóis em pé de igualdade. Quando eles começam a mandar noutros povos são sempre problemáticos.
Os perigos não vêm antes de França e da Alemanha? - Não acho. As empresas alemãs em Portugal são excelentes exemplos. Os empresários espanhóis são completamente diferentes. O problema não é esse. Nós achámos que éramos ricos como os alemães, comecámos a gastar como eles e até mais. Agora, temos de pagar. A culpa não é de modo nenhum da senhora Merkel. A culpa é nossa.
Não vê a crise europeia o risco de invasão da soberania? - Só quando pagarmos o que devemos recuperaremos esse tipo de soberania. Os países mais bem governados acham que somos um bocado irresponsáveis, que não nos sabemos governar.
Concorda? - Fomos muito irresponsáveis,  de facto. Tentei sempre contrariar os excessos de autoestradas, a Expo, o CCB, uma grande quantidade de coisas que se estava mesmo a ver não íam produzir riqueza. Toda a gente achava que não tinha razão. Contrariei quanto pude a entrada no euro,  porque não tinhamos competitividade para isso. A verdade é que os países que não estão no euro, no geral, estão melhor.
O fim do 1º de Dezembro tira-lhe o espaço de intervenção? - Não quero ser como os profetas que acabaram apedrejados por estarem sempre a dizer coisas muito chatas... Há uma parte da população que me ouve. Ouvem-me os adeptos da Monarquia e esses serão cerca de 30%, dizem as sondagens. Esse alertar para os problemas nacionais e propor soluções positivas sempre poderei fazer.
Há monárquicos no governo? Ouviram-no sobre isto? - Há vários, até inscritos em organizações. Mas não fui ouvido sobre este tema, embora já tenha contactado com membros do Governo e tenha tido conversas muito interessantes com o primeiro-ministro.
A supressão de feriados é necessária? - Não sei. Acho que podia ser uma medida provisória, até a situação económica estabilizar. O que acho muito mau para a produtividade são as pontes. Foi um hábito que se criou que é francamente desaconselhável.
Vê uma saída para esta crise? - Depende. Como não temos moeda para desvalorizar, só pode ser com medidas duras. Mas é preciso que sejam justas e que não haja grupos que fiquem de fora dos sacrifícios.
A população percebe a necessidade destas medidas? - Há aquele ditado popular de "o que tem de ser tem muita força". Mas é preciso explicar. E há que dar exemplos. É importante consumir produtos nacionais. Digo isto há anos. Os particulares ainda ligam alguma coisa. O Estado não liga nenhuma: veja os carros que compram! Importam materiais e mão de obra para as grandes obras públicas!
NÃO À REVOLUÇÃO
Os portugueses vão contestar a austeridade? - As pessoas estão suficientemente informadas para perceberem que a revolta não leva a nada. O que resolve é essa capacidade portuguesa para o desenrascanço.
Soares disse que poderá haver uma revolução... Está a voltar aos seus tempos heroicos da revolta. É muito jovem de espírito e como se revoltou para implantar a democracia, acha que estamos na mesma. Só que o regime não democrático estava economicamente muito bem e os revolucionários de 74 puderam ser generosos com o dinheiro que a 2ª república acumulou. Acho que foi Tatcher quem disse que o socialismo era a arte de ser muito generoso com o dinheiro dos outros.
Precisamente por essa falta de dinheiro, podia dar-se uma revolução... Não vejo sinais. O marxismo-leninismo está completamente fora de moda, ninguém acredita nisso. Nem mesmo em Cuba... Há um lugar onde o socialismo e até o comunismo funcionam muito bem, que são os conventos. Aí divide-se tudo, partilha-se tudo. Mas é voluntário.
Rosa Pedroso Lima, Expreso de 03 de Dezembro de 2011